Após quase uma década retornei a um local em que, muitas vezes, fui a trabalho. Uma cidade longe na distância e nos costumes de onde vivo.
Desta vez retornei com um foco diferente, por um lado tinha um importante desafio profissional e por outro revisitaria meu amigo, com quem estava sem contato há alguns anos.
Por vezes, mesmo sem desejar, nos afastamos de pessoas especiais na correria em nosso dia. Reencontrar meu amigo bem e recuperado tinha um sentido especial, pois há alguns meses fui informado de um grande desafio que ele estava enfrentando. Como iria encontrá-lo? Será que estava bem? Mesmo após pouco tempo, será que ele tinha se recuperado?
Ao chegar fiquei extremamente feliz em encontrá-lo bem. Já estava se movimentando muito bem e com autonomia. Nos próximos dias percebi que, além de sua recuperação, era incrível o poder de transformação que havia sofrido. Em vários momentos ele reforçava como teve sorte e se recuperou rápido. Estava muito visível o orgulho que carregava em sua recuperação. Realmente isso foi bem rápido e até mesmo algo impressionante.
No primeiro dia, fiquei com a reflexão sobre a importância de sua dedicação nos novos resultados e aprendizados que havia conquistado em tão pouco tempo. Durante o dia seguinte, pude perceber que sua força de vontade e dedicação eram apenas parte de sua recuperação. Em vários momentos fui surpreendido no seu relato de como sua vida estava melhor agora do que antes. Ele sempre reconhecia como estava feliz por estar melhor atualmente e como hoje em dia ele percebia coisas que antes não distinguia. Desde desperdícios até valorização em coisas simples.
Sim, reconhecimento do simples! Como era importante a superação de fazer atividades que julgamos ser simples, mas agora percebia o valor de realizá-las sem a necessidade de ajuda. Como chamar isso? Valorização? Gratidão? Reconhecimento? O nome não importa, mas fiquei pensando como “esse algo” era importante para ver uma nova realidade.
Nem sempre temos controle de tudo, nem sempre podemos fazer como planejamos. Desafios e obstáculos surgem diariamente para aprendermos como responder frente às novidades do caminho. Mas pouco vale a resiliência e dedicação se não estamos abertos para novos sabores e repaginação de mundo.
Lembrando um pouco Sartre, realmente no fim do dia não importa o que a vida faz com você, mas sim o que fazemos com o que a vida fez conosco. Como respondemos, olhando nossos aprendizados, frente a novas experiências, faz toda a diferença em nossa caminhada.
Mas, e se cairmos durante o andar? Se cair sete vezes, se levante oito com a mesma gratidão no chão que te derrubou, pois ele será seu apoio para se levantar. Ah, antes de eu te perguntar como você está respondendo aos novos desafios que está enfrentando, você deve estar me perguntando o que a foto da capa tem com essa história real. Antes de ir embora, experimentei a fruta da pupunha no café da manhã, no caminho do aeroporto, com meu amigo. Poderia ficar dizendo sobre a importância do novo, mas na verdade é só para ele reconhecer a sua história e o quanto aprendi naqueles três dias.
E você, como você está respondendo aos novos desafios que está enfrentando?