Diversas pessoas sonham em sentir maior segurança no seu trabalho. Em outras palavras, esses profissionais estão buscando potencializar e aumentar a autoconfiança relacionada ao seu desempenho profissional.
Ao lidar com seus pares e colaboradores, ao enfrentar conversas e negociações difíceis, ou simplesmente para dizer não ao que possui menor importância você está colocando a sua autoconfiança à prova.
Se você se identificou com alguma destas situações, você não é o único. Afinal, o que você deve fazer para possuir maior autoconfiança em suas relações profissionais? Eu dividi a nossa conversa em cinco passos, e quero dividir com você.
Passo 1 – Não tenha medo de errar, você não é o seu trabalho
Primeiro, lembre-se que você não é o seu trabalho, e sim você está em um trabalho. Desta forma, se você comete um erro profissional não significa que você não sabe, ou que é incapaz, ou mesmo está em um lugar errado.
Por diversas vezes já ouvi pessoas se questionarem se aquele era o local correto por terem errado e até se punirem com autojulgamento. Isso tem muito mais relação com o seu medo de ser julgado do que com a sua habilidade profissional.
Saiba que é muito comum assumir os erros como algo pessoal, uma vez que vimos o que fazemos como reflexo do que somos. Entretanto, a verdade é que fazemos o que nossas crenças do que somos nos permite. Talvez, você esteja pensando: “Como assim? Eu não sou o que eu penso?”, e eu te respondo: “Não você não é o que diz ser, você não é o que falam de você, você é os seus resultados”.
Mesmo que não tenhamos a percepção, todos nós cometemos erros de tempo em tempo. Pessoas com sucesso compreendem que uma vez que o erro ocorreu é necessário identificar e isolá-lo imediatamente para que não tenha continuidade.
O próximo passo é buscar qual foi o aprendizado que a situação pode nos trazer. Pense, se aprendemos com o nosso erro, significa que mudaremos as condições que levaram a esse resultado e desta forma o mesmo erro não se repete.
Assumir, conter e aprender com o erro demonstra que você é honesto e por isso sabe enfrentá-lo. Por isso, o processo de APRENDER, DESAPRENDER e REAPRENDER é muito eficiente ao ser colocado em prática.
Lembra-se: “Não você não é o que diz ser, você não é o que falam de você, você é os seus resultados”, deixe eu te perguntar: “Você é erros constantes e acumulados, ou você é aprendizado contínuo e crescimento exponencial?”
Passo 2 – O novo não vai te machucar
Outro desafio comum é a insegurança frente ao novo, como parceiros novos, ambientes novos, desafios novos, ou simplesmente uma profissão nova. O receio frente a novidade muitas vezes pode estar associado com a insegurança em não estar em sua zona de conforto, e consequentemente mais suscetível ao erro.
Se você aceitar o novo, a possibilidade de erro, como um processo de APRENDER, DESAPRENDER e REAPRENDER o peso diminuirá, e então você compreenderá que a evolução não se trata de certo ou errado, porém de movimento. Assim, a novidade só irá te ferir se você manter-se ancorado em padrões ultrapassados.
Ao entender que mesmo não possuindo o controle do mar e do vento, ainda assim você consegue ajustar as velas de sua embarcação para uma travessia segura… o medo estará em seu comando.
Um amigo meu sempre me dizia um ditado mexicano: “O dia é sempre mais escuro antes de amanhecer”, no começo até me irritava, mas hoje eu creio que assim é o NOVO. Quando olhamos no relógio, está marcado 00h01min e sabemos que começou um novo dia, mas não conseguimos separá-lo da noite há exatos dois minutos antes.
Algumas horas depois podemos observar alguma claridade, e só então percebemos que um novo dia começou. Na verdade, o novo dia já havia começado faz tempo, mas não tínhamos notado. Nos primeiros raios de sol percebemos que algo mudou, mas o dia ainda está escuro, ainda nos gera dúvidas, ainda está turvo. Ao amanhecer o dia está claro, logo sempre é mais escuro do que o amanhecer, e podemos enxergar o novo dia.
Isso é a mudança. No começo não conseguimos identificar, e ficamos chateados por tanto esforço e nada de resultados diferentes. Se persistirmos, algum tempo à frente vemos os primeiros raios de luz e a mudança começa a ficar mais visível, porém ainda insuficiente. Até que a nova realidade é clara e perceptível. Assim foi o meu processo de enfrentar o novo, a escuridão, e o mesmo será contigo.
Perceber isso te trará serenidade para superar as inúmeras transições que, assim como eu, você também fará.
Passo 3 – Comunicação resolve conflitos
Muitos reclamam que não se sentem pertencentes, que esse lugar não é para mim, e ficam inseguros em como lidar com as diferenças e conflitos. O motivo central disso é a dificuldade de comunicação entre pessoas com perfis diferentes.
A dificuldade de comunicação geralmente associa-se com a insegurança e auto confiança fragilizada.
Talvez você sinta que não pode oferecer nada de valor a seu grupo (e sempre estamos em algum grupo), seja isso em ambientes sociais ou corporativos, e por isso não se expõe com sua opinião.
Ao esconder sua opinião, ao evitar conflitos, você pode se colocar à margem e criar um problema de socialização. Isso nunca aconteceu com você? Quantas vezes você não fez networking por não se perceber pertencente ao meio? Quantas vezes você não comentou, argumentou ou contrapôs por acreditar que sua opinião não tinha peso suficiente?
A comunicação assertiva é ponto chave para solução dessa demanda, mas isso exigirá sair um pouco de sua zona de conforto. Não significa que você deve mergulhar de forma inconsequente e desconfortável neste ambiente, mas compreender que a comunicação resolve conflitos. Nem sempre precisaremos de conversas duras, colocando todos os “pingos nos is”, mas ao recordarmos que antes de quaisquer cargos, antes de quaisquer posições existe um ser humano iremos progredir muito neste objetivo.
A nossa frente sempre terá uma pessoa com problemas, soluções, momentos tristes e felizes, que pode estar em um cargo hoje, mas é uma pessoa. Pode até se esconder atrás de um grande escudo, mas é uma pessoa.
Perceber isso, e identificar que todos nós temos algo em comum, e assim começar nutrir o relacionamento, de forma sutil, nestes pontos é uma grande possibilidade para melhorar a comunicação e resolver os conflitos.
Ao lidar com resolução de conflitos e dificuldades de colaboradores, precisamos relembrar como conceitos básicos que a outra pessoa tenha várias inseguranças e (muitas vezes) não se permitem demonstrá-las. Por isso, em momentos críticos é comum que estejamos com os escudos invisíveis nos protegendo, e nesta hora é sensato deixar esfriar e conversar em momentos que as proteções tenham sido deixadas do lado de fora da sala.
Passo 4 – Cuide de suas habilidades
Autoconfiança tem associação com autoconhecimento por um motivo simples, se você conhece suas habilidades você sabe o quanto e quando poderá utilizá-las. Apesar de ter muito sentido, ainda percebo poucas pessoas investindo nisso de forma eficiente.
O investimento mais comum é em habilidades técnicas, e passamos anos ou décadas estudando para aprimorar nossos conhecimentos específicos. Temos a visão que quanto mais especialistas formos melhor serão os nossos resultados, porém isso é apenas parcialmente verdade.
Você conhece pessoas que são especialistas e não possuem resultados adequados ao seu conhecimento? Você conhece os viciados em conhecimentos? Fazem um curso, e ao invés de agir e colocá-lo em prática começam imediatamente buscar outro aprendizado?
Talvez você confunda aprendizado com conhecimento. Os aprendizados só acontecem quando mudamos, e por isso precisamos mudar ao adquirir um conhecimento. Por isso, lembre-se de investir tanto em suas habilidades técnicas como nas comportamentais, pois o técnico te habilita fazer algo enquanto o comportamental te permite agir.
Certamente você chegou aqui e pensou na lista de cursos, especializações e diplomas que possui. Se você não os têm, realmente precisam tê-los, mas se já tem e seus resultados não são equivalentes… o que te falta é habilidade emocional e não racional.
“Fernando, a habilidade emocional é mais importante que a racional?”, essa é uma pergunta frequente. A minha resposta é sempre “Não! São habilidades complementares e não excludentes. Você pode a curto prazo viver sem uma delas, mas a médio prazo será impossível caso possua debilidade em uma delas”.
Passo 5 – Desafie-se
O quinto passo é o mais simples, e o que geralmente nos sabotamos. Autoconfiança é treino, é ganhar força na musculatura, então não é levantar um peso gigante e sim fortalecer para um pouco mais hoje.
Existe uma sequência e vou dividir com você. No primeiro momento vem a intenção de fazer algo, e então buscamos quem nos apoie dar o primeiro passo, e saímos contagiados com o desejo de AGORA EU POSSO.
Quase sofremos uma overdose de motivação, filmes, palestras, gurus, rituais… enfim, agora posso voar. Neste momento, a intenção se transforma em ação e agora vai! Eu me lembro de uma palestra que um monge budista dizia que as primeiras semanas de uma pessoa que se inicia na filosofia e preceitos é de alta intensidade, e a pessoa é quase a reencarnação do próprio Buda. Então acontece os imprevistos, os insucessos das ações, e percebe-se que o caminho da iluminação é uma jornada e não um evento. Sabe o motivo disso? Motivação é um combustível que queima rápido.
Após as primeiras ações, agora já sem a superdosagem de combustível motivacional começaremos com o verdadeiro desafio. As ações geram resultados, nós os classificamos como bons ou ruins, e por isso precisamos de acompanhamento e ajustes.
De nosso lado, precisamos alguém que diga e encoraje a aumentar a carga do peso, pois está de acordo com a sua musculatura, ou que corrija a sua postura para não se machucar. Quando fazemos sozinhos, corremos o risco de aumentar a dosagem além do nosso preparo ou ficar com carga leve sem nos fortalecer.
O quinto passo é DESAFIE-SE, mas com acompanhamento.
E agora?
Os cinco passos, as cinco possibilidades de como melhorar a autoconfiança e alcançar o seu próximo nível profissional tem um poder incrível ao ser executadas. Apenas a leitura, pode ser uma forma de refletir, mas a verdade é que só agindo que irá mudar o que precisa para viver os resultados que não tem.
Cinco passos é muito? Comece com o primeiro, se acostume, e depois coloque em prática o primeiro e o segundo até que os cinco passos estejam juntos.